“Foi a propósito da questão sobre o “banco mau”, falado pelo primeiro-ministro, que o presidente do BCP fez este apelo. Depois de dizer que o BCP não vê, no seu caso, necessidade de um banco mau.

Nuno Amado voltou a ser questionado na conferência de imprensa sobre o “banco mau”, proposto pelo Primeiro-Ministro, com vista a limpar dos bancos o crédito malparado. Mas desta vez, para além de repetir que para o BCP não vê necessidade – o que de resto também já tinha dito o presidente do BPI – aproveitou a deixa para deixar um apelo:

“Aproveito para fazer um pedido relevante para o sector financeiro: “que possa haver uma evolução das leis de contencioso e de enquadramento dos processos de recuperação de empresas”. Para que a regeneração da economia seja mais rápida.

Explicou o banqueiro que “o tempo de recuperação das empresas em Portugal é muito lento” neste tipo de processos, “é muito mais longo que em qualquer país do Euro”.

O facto dos processos de recuperação serem demasiado demorados em Portugal complica “a velocidade da reciclagem da economia”. Como alternativa a um banco mau que “não foi uma ideia do BCP, nem a pedimos”, Nuno Amado pede que o Estado promova as alterações legislativas necessárias, que permita o acesso mais rápidos aos activos, por exemplo, de forma a dar mais dinamismo à economia. Para Nuno Amado, alterações a estas leis permitiriam uma melhor regeneração da economia nacional e das condições de recapitalização das empresas, e os bancos seriam também beneficiados porque os seus balanços seriam mais rapidamente regenerados.

“Alterem-se as condições de base” destas leis. “É importante para a regeneração da economia, para a velocidade dos investimentos… não posso dar casos concretos por respeito ao sigilo destes casos mas há alguns que são absolutamente excepcionais na demora e no tempo de recuperação.”


FONTE: Económico (03/05/2016)