O IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas reforçou a sua estrutura de serviços e tem agora capacidade técnica instalada para apoiar as empresas em processos de reestruturação e revitalização empresarial. Dois importantes quadros do instituto estiveram em Santarém, no Centro de Inovação Empresarial da Nersant, para divulgar estes novos instrumentos às empresas da região.
André Março, reconhecido dirigente deste organismo, explicou que o instituto está a orientar os seus técnicos para apoiar as empresas em processos de transmissão e sucessão empresarial. Muitas vezes, a sucessão numa empresa familiar pode ser um problema e é por isso que o IAPMEI se dispõe a aconselhar as empresas neste processo. O instituto vai também lançar o Portal Nacional de Transmissão Empresarial com uma base de dados que faça a ligação entre empresas interessadas em vender parte ou totalidade do seu negócio e outras empresas interessadas em comprar. O organismo está ainda a lançar o desafio a grandes empresas para olharem de forma diferente para este “mercado” da transmissão empresarial. Além disso, disponibiliza informação e apoio na candidatura a linhas de financiamento que permitam estes processos de aquisição ou fusão ou ainda a que, em determinadas empresas familiares, um ou mais sócios possam comprar as participações de outros. Promove ainda a negociação entre partes, de forma sigilosa e personalizada, e dispõe de uma ferramenta digital para que as empresas possam fazer um autodiagnóstico sumário do seu valor rela de mercado, com base nas demonstrações financeiras dos últimos anos.
Manuel Arsénio, do IAPMEI, salientou que “a reestruturação é, muitas vezes, a melhor solução para uma empresa em processo de transmissão, porque é difícil ter sucesso com as mesmas equipas”. O técnico referiu ainda que, em Portugal, “as empresas tendem a não reagir de forma imediata às dificuldades, ao contrário do que acontece noutros países”, aconselhando que as empresas devem olhar para a sua próprio necessidade de reestruturação “de forma regular e não apenas quando estão em dificuldades”. Por saber disso, o IAPMEI disponibiliza também uma ferramenta de alerta prévio que analise a empresa e identifique riscos. Um dos problemas mais frequentes das empresas é que o seu EBIDTA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é frequentemente inferior aos custos dos juros a pagar aos bancos. Além disso, o especialista considera que vivemos num período de “aceleração do ciclo de vida das empresas” o que conduz à necessidade de que exista sempre “um plano B” e que os parceiros das empresas, tratados como stakeholders, sejam envolvidos nos processos de reestruturação tanto quanto possível.
Recorde-se que existem três processos de revitalização de empresas que começa num estágio mais suave, a recuperação extrajudicial através de acordos (globais ou individualizados) com os credores, passando por um segundo patamar já nos tribunais que é o Processo Especialização de Revitalização (PER) quando a insolvência está eminente e, nalguns casos mais graves, pelo processo de insolvência.