Houve menos pessoas a entrar em insolvência. Redução foi ainda maior nas empresas.
O número de insolvências, tanto de particulares como de empresas, diminuiu em 2017, num ano marcado pela recuperação da economia e do emprego. No entanto, o número de pessoas que entraram neste tipo de processo por não conseguirem cumprir as suas responsabilidades financeira continua a ser superior a dez mil, segundo um relatório da consultora Infotrust. Ao todo, houve 10 803 processos de insolvência de particulares, uma queda de 5,8% face a 2016. é uma média de 30 por dia. Em 2013, o primeiro ano considerado no estudo, registaram-se 13 252 pessoas a entrar em insolvência.
O maior número de particulares a entrar nestes processos ocorreu no distrito do Porto. Apesar da quebra de 6%, houve 3359 processos de insolvência. Em Lisboa o número de pessoas forçadas a pedir a insolvência caiu 17%, ficando em 1852. Na maior parte dos distritos houve uma diminuição destes processos. Mas houve exceções. Em Aveiro e Viana do Castelo registou-se uma subida de 20%. Este tipo de processos servem para que quem não consiga cumprir com responsabilidades financeiras possa alargar os prazos em que podem ser pagas ou mesmo para obter alguns perdões de dívida.
Insolvências empresariais descem mais de 20%
Mas se nos particulares o número de insolvências baixou, nas empresas a magnitude das quedas foi bem maior, num contexto de aumento de receitas e de menores restrições e custos no financiamento bancário. Houve menos 23,1% de empresas a entrar em insolvência face a 2016. O número caiu 627 para 2 716, segundo os dados da Infotrust. Foi o quarto ano consecutivo de descida.
A redução é ainda mais significativa se comparando com anos em que a economia ainda estava em recessão. Em 2013, data dos primeiros dados da Infotrust, o número de empresas a entrar em insolvência tinha totalizado 5660, mais do dobro do registado em 2017.
Há quatro anos, o PIB caiu 1,13%, o que compara com o crescimento de 2,2% esperado para este ano. Segundo um relatório do Banco de Portugal divulgado este mês, relativo ainda a 2016, indicava que as empresas portuguesas estavam a aumentar a autonomia financeira e a beneficiar de uma menor pressão com o serviço de dívida proporcionado pela queda das taxas de juro e pela redução do seu próprio endividamento.
Fonte: Diário de Noticias (28/12/2017)