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CRIAÇÃO DE EMPRESAS AUMENTA EM FEVEREIRO PELA 1ª VEZ EM QUATRO MESES
A constituição de novas empresas em Portugal aumentou 2% em fevereiro, interrompendo a tendência de descida homóloga registada desde outubro de 2015, mas as insolvências registaram novo agravamento.

Segundo as conclusões do “Observatório de Negócios, Insolvências, Créditos Vencidos e Constituições”, divulgado esta segunda-feira pela consultora Ignios, foram criadas 3.427 novas sociedades em fevereiro. Nesse mês, foram registadas 785 empresas insolventes.

“A confiança na economia e no consumo gerado pelas famílias será muito importante para que este desempenho possa repetir-se e também os fluxos turísticos poderão beneficiar este indicador”, afirma o presidente executivo da Ignios, António Monteiro, citado no documento.

Segundo refere, os setores ligados à exportação de serviços turísticos, como o alojamento e a restauração, são os que têm vindo registando um maior crescimento relativo no nascimento de empresas. Desde outubro até janeiro, a criação de empresas vinha apresentando sucessivas quedas homólogas, que variaram entre recuos de 9,2% e de 2,3%.

O bom desempenho deste indicador em fevereiro atenuou a descida acumulada desde janeiro, fixando-se o total de empresas criadas desde o início do ano em 7.545 novas entidades, um recuo de 4,4% face aos dois primeiros meses de 2015 (em janeiro a comparação homóloga para o acumulado estava em -9,2%).


Agricultura, caça e pesca tem o maior crescimento

O relatório mensal da Ignios revela que o setor de “alojamento e restauração” apresentou um crescimento homólogo de 2,4% (858 unidades) na criação de empresas nos dois primeiros meses do ano, aumentando também o seu peso no total de empresas criadas de 10,9% para 11,7%.

O setor que registou o maior crescimento neste período foi, contudo, a “agricultura, caça e pesca”, com a criação de empresas a aumentar 14,2% (442 empresas) e o seu peso a passar de 4,9% para 5,9%. Destaque ainda para a “construção e obras públicas”, onde o número de empresas criadas subiu 4,0% para 674 nos dois primeiros meses de 2016, o que resultou num aumento do seu peso no total de 8,2% para 8,9%.

Todos os restantes segmentos verificaram variações homólogas negativas ou nulas.


Lisboa e Porto no topo

Numa análise por distritos, verifica-se que Lisboa, Porto, Braga, Setúbal e Aveiro, por esta ordem, foram os mais ativos na constituição de novas empresas. No que diz respeito às insolvências, o novo agravamento registado em fevereiro aumentou para 1.507 o acumulado do ano, o que corresponde a uma subida de 27% face ao mesmo período do ano passado.

Segundo a Ignios, este crescimento resulta sobretudo do aumento de 56,3% no número de processos de insolvência concluídos (para 722 empresas), já que nos processos ainda em tramitação as insolvências requeridas pelos credores recuaram 0,5% (381 empresas), enquanto as solicitadas pelas próprias empresas aumentaram 18,2% (384 empresas).

Os distritos de Lisboa e Porto continuaram a liderar as insolvências e registaram “importantes variações neste indicador, como aliás aconteceu na maioria dos distritos”, sendo que apenas Évora, Faro, Horta e Ponta Delgada registaram uma descida nas insolvências.

O aumento no número de insolvências até janeiro afetou praticamente todos os setores de atividade, à exceção da “indústria extrativa” e da “indústria florestal”, que contudo têm um reduzido peso de 0,3% e 1,4%, respetivamente, no total de insolvências. O setor da construção continuou a ser o mais expressivo (15,1% das insolvências), sendo agora “seguido de perto” pelo comércio a retalho (peso de 14,8%). Nestes dois segmentos, as insolvências aumentaram 8,1% e 17,8%, respetivamente.

FONTE: Dinheiro Vivo / Lusa (21/03/2016)