Depois de estabilizar em Junho, o indicador que mede o clima económico no país melhorou em Julho. Há uma recuperação da confiança no comércio, na indústria e na construção, mas uma quebra no sector dos serviços. E se os inquéritos de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE) até mostram que os consumidores estão menos pessimistas sobre a situação financeira do seu agregado familiar, isso não chegou para se registar uma melhoria no indicador de confiança dos consumidores, que voltou a diminuir em Julho.
A síntese de conjuntura do INE, publicada nesta quinta-feira, revela dados sobre o clima económico do último mês com base nos inquéritos às empresas. No entanto, em relação à produção e volume de negócios a estimativa mais recente é de Junho, altura em que o indicador da actividade económica voltou a recuar pelo terceiro mês consecutivo, passando para o valor mais baixo desde Novembro de 2013.
Enquanto o indicador de confiança dos serviços caiu entre Maio e Julho (e “de forma mais acentuada” nesse último mês), a tendência nos outros sectores foi positiva. A confiança dos empresários do comércio subiu em Julho, “prolongando o movimento ascendente iniciado em Abril e atingindo o seu valor máximo desde Novembro de 2000”, refere o INE.
Na indústria transformadora, o indicador aumentou tanto em Junho como em Julho, depois de três meses em queda. Em relação à procura, o resultado do inquérito aos empresários melhorou nos últimos três meses.
Na construção, foi retomada a “tendência crescente iniciada em Dezembro de 2012”, com o indicador de confiança a ficar no valor mais alto desde Novembro de 2009.
Quanto à confiança dos consumidores, as tendências apuradas pelo INE mostram que houve uma diminuição deste indicador em Julho, tal como tinha acontecido no mês anterior. Nessa altura, o consumo privado teve uma “ligeira desaceleração”, reflectindo um contributo menos expressivo das vendas de bens duradouros, que tiveram então o crescimento menos acentuado nos últimos três meses comparando com o mesmo período do ano passado.
Os dados das contas nacionais mais recentes referem-se ao segundo trimestre, altura em que a economia cresceu, em termos homólogos, 0,8% (e 02% em cadeia face aos primeiros três meses do ano). O contributo da procura interna “para a variação homóloga do PIB diminuiu significativamente, devido a um crescimento menos intenso do consumo privado e a uma redução mais acentuada do investimento”, refere o INE.
FONTE: Público (18/08/2016)